Enquanto uma garotinha de 7 anos sobre um patinete, tentava descer uma rampa que, no ponto onde estava, poderia ter no máximo 30 cm de altura, e no máximo 2m de descida, ouvia sua mãe em desespero...
“Menina!Tu vai cair daí e quebrar essa cara!!!!
Gente do céu! Isso não é coisa que se diga, quando a criança está em perigo! Quanto mais num momento de descoberta e de tentativa de algo novo. Fiquei boba, até perguntei: “É sua filha?” Pensei de repente se tratar de outra desavisada. E já que se aproximou, com cuidado, expliquei-lhe um pouco como funciona nosso cérebro, e como reage uma criança ao ouvir “Você vai cair”...já caiu!
Além do mais, o que ouvimos na infância, principalmente das figuras mais importantes para nós, fica gravado, alterar essa gravação, até pode ser possível, mas não é tarefa fácil. Não seria melhor ter mais cuidado primeiro com a palavra e prevenir, ao invés de ter de consertar um problema que agente nem sabe onde vai surgir? Afinal, um comentário desses, provavelmente não é eventual, existe um padrão mental vinculado a essas palavras que com certeza se repete em outras circunstâncias.
Isso me reportou a importância dos estímulos verbais, em qualquer circunstância.
Se pararmos para observar, a palavra esta sempre revestida de sentimento. Não há palavra “isenta”, palavra “neutra” ela está sempre com um sentimento, há uma emoção agregada a ela. Qual será a emoção de “menina tu ‘vai’ cair e quebrar essa cara”?
A palavra salva ou adoece agente! Será que pode chegar a tanto? Creio que sim, ela está presente quando a escutamos de fora, ou em nossos diálogos internos.
Nossos pensamentos e emoções revestem palavras gerando diálogos internos, o que temos nos dito internamente?
E as imagens mentais que fazemos após os estímulos verbais? Qual será a imagem mental de “menina tu ‘vai’ cair e quebrar essa cara”?
A Palavra-pensamento carregada de medo, apreensão, angústia é a palavra que aos poucos nos adoece, altera nossa descarga hormonal, por isso altera nosso humor, nossa imunidade, nossa libido e por aí vai.
Sentimento-pensamento-palavra-imagem-Palavra-sentimento-pensamento-imagem-pensamento-Imagem-sentimento-palavra-tudo ligadinho.
Nossa linguagem, nossa comunicação verbal poderia ter evoluído. Isso para não falar em palavrões, letras de músicas que não acrescentam. Nossa linguagem poderia estar mais adequada, ao nosso tempo de mudança educacional, evolução tecnológica, reciclagem, meio ambiente saudável....Essas coisas. Como está nosso “meio ambiente” mental?!
Se não fizermos, de vez em quando, uma faxina mental e emocional há uma tendência ao acúmulo de lixo mesmo, lixo mental e emocional gerando uma rotina de pensamentos difícil de quebrar se não estivermos atentos. E a boa notícia é que a solução pode está dentro do “problema”.
Podemos alterar conscientemente nossos padrões de pensamento, e começar a usar a palavra como um comando mental positivo, gerando ações motivadoras e geradoras de saúde e incentivo moral.
Precisamos estar vigilantes!
“Quem semeia um pensamento colherá um fato; semeia um fato e terá um hábito; semeia um hábito e formará um caráter; semeia um caráter e obterá um destino” (Henrique José de Souza)
Dicas:
Use sempre palavras positivas para se referir a você.
Use: posso, mereço, consigo.
Se possível diminua o uso dos chamados palavrões. Estão sempre carregados de emoções negativas.
Preste atenção aos seus pensamentos e seu diálogo interno.
Aos seus filhos em momento de perigo esteja atenta, aos seus comandos, use: Pare. Espere. Devagar. Segure firme. Equilibre-se.