“Os filhos têm a mãe que merecem e as mães têm os filhos que precisam”
E a mulher que não quer ter filhos?
Será que a sociedade, camufladamente, pré-julga as mulheres que não querem ser mães? Será que há uma cobrança em relação à mulher sobre ser mãe, como se uma mulher que optasse pela não maternidade fosse vista como menos mulher, ou como uma pessoa não realizada em sua plenitude? Incompleta? Desde muito tempo, em algumas sociedades, aquela que não pode gerar filhos é discriminada, é a “mulher seca”.
Isso ainda está em nosso inconsciente, e então se não há nenhum impedimento fisiológico, “tem que” ser mãe?
Na minha opinião: Se quiser! O mal gerado por uma mulher que se diz mãe apenas por ter parido um filho pode ser muito grande.
Desconhecemos os planos superiores ou desígnios do destino, da Lei, ou de Deus. Mas a verdade é que, temos escolhas não é por ser mulher, que temos que ser mães. O importante em ser mãe é escolher ser.
Há mulheres que realmente não tem essa disponibilidade, não tem o desejo e nem o talento. Acontece.
Ser mãe não é simplesmente parir. Isso, todas as mulheres sem impedimento fisiológico podem fazer. O ato de “maternar” vai muito além do biológico e isso até as mulheres com impedimentos fisiológicos podem fazer, se a escolha partir do coração.
Isso tem que ficar claro: A sociedade cobra que a mulher seja mãe. Devido á essa “cobrança camuflada” conheço algumas que até sofrem nesse dia. Sofrem do mal: culpa.
A cobrança também faz com que muitas engravidem para dar uma desculpa ao social e então a confusão está feita, afinal, filho não se devolve e não tem serviço de atendimento ao cliente. Ocorre o abandono ou maus tratos dentro da família, a mãe encontra mil desculpas para ficar longe, literalmente quer se livrar da cria. Se a criança consegue, ou não, encontrar outro modelo para transferência de seu afeto não sabemos.
Seria bom poder se assumir pessoa, antes de se assumir mulher. As pessoas fazem escolhas em suas vidas. Parece que as mulheres não, nesse sentido.
Sabe que muitas vezes quando nos livramos de uma obrigação por ter que fazer algo, podemos até fazê-lo, mas por opção? Soube de um caso de uma mãe que se surpreendeu com o desespero de sua filha que aos 18 anos estava grávida, e havia acabado de passar no vestibular quando soube da gravidez. A mãe dela então conversou com ela sobre a possibilidade dela não ter o bebê, a menina se acalmou e pode pensar melhor sobre o assunto. A mãe me disse isso com o coração apertado, na verdade ela queria tirar a obrigação da cabeça da moça, que por se sentir aliviada, escolheu ter o bebê. Parece bobagem, mas faz uma diferença enorme para muita gente. Depois essa mãe me falou que se a filha tivesse escolhido não ter o bebê, ela iria convencer a filha do contrário, nem que o bebê fosse criado por ela (vó) depois.
Livrem-se da culpa! Transformem a culpa, em admiração por si mesmas, transformem a culpa em solidariedade pelas crianças que sofrem maus tratos no mundo, junte-se àqueles que lutam pelos direitos humanos. O bom de ser mulher, mãe e musa é ter a possibilidade de conseguir ampliar as possibilidades do “maternar” mesmo sem exercitar a função com filhos biológicos ou adotivos. O ímpeto da doação e do acolhimento está presente no íntimo do feminino para aquela que buscar, e são muitas as possibilidades de sua expressão.
Que sejam felizes no caminho que escolherem!
Hoje e sempre, agradeço por ser mãe.
Ser mãe pra mim é uma experiência única e indescritível.
Agradeço aos meus filhos por me ajudarem a me tornar mãe.
E ao maridão por sua parceria.
Feliz dia das mães!
Optar por um filho é decidir em dado momento ter seu coração caminhando fora do corpo para sempre. (Elizabeth Stone)